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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Devaneios em uma aula de Filosofia

     Consciência. Foi o que o meu professor de Filosofia, professor Sérgio, escreveu na lousa sexta feira passada. Aí pronto, eu já me larguei na carteira e pensei "Caramba, o papo não muda nunca. É sempre o mesmo assunto". Depois eu me senti culpada por esse pensamento tosco. Porque eu comecei a pensar o porquê de discutir tantas e tantas vezes o mesmo assunto. E cheguei à conclusão. Meu, a gente fala disso todos os dias. Todos os dias os professores falam, os pais falam, os amigos, os vizinhos, a apresentadora de TV, o locutor da rádio, e se prestar bem atenção, parece que a própria natureza faz um apelo mudo pela consciência. E MESMO ASSIM, NÓS NÃO NOS TOCAMOS QUE PRECISAMOS MUDAR! 
     E por que isso? Por que fingir de surdo quando tudo o que nós precisamos saber, precisamos assimilar é que  estamos perdendo nossa consciência. E que precisamos reconquistá-la porque o mundo sem ela é catastrófico. Nós vemos as consequências disso o tempo todo. Desde ao aluno que não para de falar na aula e atrapalha os outros, até o homem que é capaz de prender a própria filha em cativeiro. E nós não fazemos nada. Ou melhor, fazemos. Nós mudamos de canal quando começa a reportagem. Nós mudamos a estação de rádio para ouvir o último "hit" das paradas americanas. Nós saímos de perto do grupo que está discutindo o assunto. Não nos preocupamos. Não discutimos. Deixamos acontecer de novo, e de novo, e de novo. E depois reclamamos. Do político que cobrou imposto. Do garoto de rua que roubou dez reais para comprar um almoço. Do mendigo que estava no caminho quando andávamos pela calçada.
     Depois de pensar tudo isso, eu me perguntei. E como fazemos para mudar. O engraçado é que o professor fez a mesma pergunta. E eu não sabia responder. Ninguém sabia. Aposto que nem ele mesmo sabia essa resposta. E isso é que é desesperador. As pessoas respondem: é só começar mudando por você. Tá bom, ótimo. Mas como eu faço isso? Porque simples atos como retirar nossas bandejas da mesa da praça de alimentação abarrotada do shopping, parece ser muito complicado. Esperar a mocinha que arruma as mesas é mais fácil. Mas essa mocinha que vai limpar a sua mesa, ela tem muitas outras para limpar. E a pessoa que vem depois de você, essa não acha uma mesa para ela poder sentar e comer tranquilamente. São atos tão simples. Tirar a bandeja, não estacionar na vaga de deficiente físico, não jogar lixo no chão, principalmente de dentro do carro. Obedecer as normas de trânsito. Não ultrapassar o limite do outro. São atos simples, que fazem uma diferença inimaginável. Mas são poucas as pessoas que conseguem assimilar algo tão simples.
     Depois dessa aula de Filosofia, eu sai decidida a tentar fazer o melhor que eu posso, para que o outro também se sinta bem. E você, está decidido sobre o que?
     

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