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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Presente

  Hoje de manhã eu acordei mais cedo do que o normal, não sei muito bem ainda por quê. Era por volta das seis e alguma coisa. E eu decidi abrir a janela, já que o meu quarto estava meio abafado. E assim que eu abri a janela, eu vi uma das coisas mais lindas que eu já vi na vida. O nascer do sol, mas estava diferente dos outros dias. Tinha um quê de mágico hoje de manhã. Todos os elementos que compunham a paisagem pareciam milimetricamente encaixados, perfeitos. Parecia um presságio de que o meu dia seria maravilhosamente bom (não foi tanto, mas esse momento já me deu ânimo para começar bem a segunda feira.).
     Eu lembro de todos os detalhes, queria poder ter o talento que saber pintar, assim eu registraria e não correria o risco de perder a magnitude do momento.
     No fundo, no horizonte, o céu estava laranja, laranja mesmo, vivo, forte, bonito. E as nuvens, fofinhas, suaves, de um tom quase roxo. Destacavam-se na luz do sol um coqueiro, e várias araucárias. Do meu quarto eu vejo um pasto, e hoje de manhã ele estava cheio de neblina, que parecia refletir o laranja do céu, como uma névoa amanteigada, gostosa, sonhadora.
     A mangueira que fica na frente da minha janela, imponente, se erguia na manhã tentando resgatar alguns raios de sol para si, já que a árvore do lado (que infelizmente não sei o nome) é mais alta e parece pegar toda a luz.
     E eu fiquei ali vendo as nuvens passeando lá no alto, no inalcançável, pelo menos para mim naquele momento. E o tempo foi passando, passando, e o céu de laranja passou a amarelo e depois para azul. E eu senti paz.
     Paz, como se eu nunca tivesse tido nenhum tipo de problema, como se eu pudesse superar todos os obstáculos, como se tudo fosse possível, com o mínimo de esforço. Claro que depois eu descobri que não era bem assim, para que algo seja possível é necessário esforço. Mas eu senti como se aquilo fosse um presente, um pedaço de esperança palpável, um aviso de que tudo passa. A uva passa(não resisti), as nuvens passam, o tempo passa. E para que preocupar com coisas passageiras, com problemas mesquinhos? Ah, isso passa...

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