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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Abrindo as cortinas

Tenho medo de janelas.

Janelas abertas me dão medo de cair.
Janelas fechadas me dão medo de ficar presa.
Janelas altas me dão medo de simplesmente não aguentar e acabar fugindo.
Janelas baixas me dão medo de não conseguir ser profunda.

Janelas de vidro me dão medo da liberdade.
Janelas no campo me dão medo dos mosquitos.
Janelas na cidade me dão medo dos edifícios.
Janelas de banheiro me dão medo das pessoas.

E a janela dos olhos, dos sentimentos.

Janelas pequenas me dão medo desse sentimento claustrofóbico.
Janelas grandes, desse sentimento agorafóbico.

Janelas coloridas, da vida.
Janelas sujas, do esquecimento.
Janelas quebradas, da morte.

Eu tenho medo da morte.

E as janelas me fascinam.