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sábado, 29 de janeiro de 2011

O que você [fez] está fazendo?

Hoje foi o último dia da primeira semana de aula da Ana.
Hoje a Ana correu.
Hoje a Ana ficou com dúvidas na aula de matemática, e falou para o professor.
Hoje a Ana falou com o garoto novo da sala dela.
Hoje a Ana falou com o garoto que ela gostava, e não sentiu nada.
Hoje a Ana sentiu muuuito calor.
Hoje a Ana assistiu um filme e chorou.
Hoje a Ana falou sobre o gato dela que morreu, e quase chorou.
Hoje a Ana cantou e ouviu Avenged beem alto.
Hoje a Ana entrou na Internet depois de muito tempo.
Hoje a Ana falou com o pai dela, e o pai dela falou com ela.
Hoje a Ana brincou com a Kim, a cadela dela.
Hoje a Ana arrumou o quarto.
Hoje a Ana assistiu Friends, e riu bastante.
Hoje a Ana filosofou.
Hoje a Ana ficou triste por uns 5 minutos e depois passou.
Hoje a Ana abraçou [quase] todas as pessoas que ela queria abraçar.
Hoje a Ana não abraçou a Titia Yara.
Hoje a Ana falou no telefone com a Yara.
Hoje a Ana está feliz.
Hoje a Ana percebeu que não precisa de muita coisa para ser feliz.
E você, precisa do que?

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Íris Branco - Parte VI

     Sou solta por conseqüência da corrupção que rola solta nas delegacias que julgam e prendem os criminosos subversivos. Por fiança paga por colega extremamente influente, volto para casa em dois dias.
     No portão, não consigo segurar as lágrimas que por tempos resistiram.
     Minha casa – assaltada.
     Meu jardim – queimado.
     Minha esperança – ah! Que esperança?

Íris Branco - Parte VII

     Logo consigo remover as cinzas do meu quintal e repor aquilo que a falta de respeito ou consciência levou. 
     A teimosia ainda me faz guardar em casa pequenas mudas de Íris Brancos que não foram roubados, mas para que?
     Por minha ousadia e covardia, um pai de família foi morto e sua família hoje vive nem sei como. E a culpa foi minha, e dessa esperança já perdida em meu coração.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Íris Branco - Parte V

     Deixei a flor em cima da mesa mesmo. Sei que é arriscado, mas crianças de nove anos não têm consciência de como uma flor, por pequena que ela seja, pode ter sua importância.
    Agora sei como estava enganada.
    Quando após o toque de recolher me escondo atrás da cortina, o homem já tão conhecido entra em meu quintal e atravessa procurando o jardim, agora entendo o erro que cometi pela manhã.
    Soldados estatais invadem meu quintal, minha casa e meu precioso jardim.
    Enquanto me levam em suas viaturas, queimam meu jardim e o regam com sangue de um homem por seus atos inocente. E a vizinhança, espreitando atrás de suas próprias cortinas, assiste em degradante e impotente silêncio.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Íris Branco - Parte IV

     Por graça, o que arquiteto acontece. Após as 22 horas, depois do toque de recolher, ele entra no quintal e dessa vez traz um carrinho de mão, já velho por ter caído em desuso. De dentro do carrinho, sai uma criança, uma garota. 
     Seus cabelos mal presos e seu vestido esvoaçam na brisa da noite e ela olha desconfiada para o céu, procurando por estrelas que já não brilham.

     O olhar de desconfiança cai sobre a janela onde estou escondida, mas é impossível que ela tenha visto alguma coisa.

     Seu pai a chama e eles entram no pequeno jardim escondido no fundo do quintal. Hoje, eles levam mais de uma muda de Íris Branco, e de manhã já tenho que replantá-las. 
     Quando chego ao Colégio, hoje não atrasada, sobre minha mesa descansa um delicado Íris, branco feito a neve.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Inspiração

     Gente, estou postando uma foto do Íris Branco, que protagoniza esse meu último conto. Sim, eu peguei do Google...

Íris Branco - Parte III

   Ao final da aula, dispenso as crianças para o intervalo e ando entre as carteiras, o íris branco escondido entre os dedos. 
     Olho para a carteira dela e coloco a flor ali. Sei que é arriscado, mas eu a conheço, não fará alarde. Só espero que dê certo.

Atrasos fazem parte

     Gostaria de desejar um Feliz Ano Novo para todos os meus seguidores, e para todos que leem o Blog. Não pude desejar isso antes porque estava viajando. Então agora, com 17 dias de atraso, um ótimo 2011 para vocês, cheio de alegria, de amor, de saúde, de coisas boas. Cheio de animação, de responsabilidade, de juízo. Que não faltem risadas, abraços, beijos, congratulações. Que as lágrimas sejam esquecidas. Que haja saudade, afinal, ela mantém o sentimento vivo. Que haja brigas, mas só aquela onde a reconciliação é certeira. Desejo um ano de poesia, de boêmia,  de realizações, de sonhos. Feliz 2011 !