Páginas

segunda-feira, 25 de maio de 2015

I Wanna Hold Your Hand




Meu professor de Física me ensinou que calor é energia em trânsito que passa de um corpo para o outro quando há diferença de temperatura.
Eu estava congelada.
E então eu senti, sua mão pegando a minha.
Antes que as palmas se encontrassem eu senti a tal da energia em trânsito.
Antes que os dedos se entrelaçassem eu pude sentir as faíscas.
A sua mão na minha, caçador. A minha mão na sua, presa. Prisão que acende as veias e relaxa as juntas.
O movimento de nossas mãos dadas enquanto caminhamos. O afastar de palmas e estrangular de dedos. O seu aperto abraçando minha mão de volta na sua. A intensidade do reencontro. Seu polegar traçando círculos no dorso da minha própria mão.
Calor.
Eu estava congelada.
Quando sua mão pegou na minha eu passei a derreter.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Desmoronamento

Já fui carvão.
Já fui mármore.
Já fui grafite.

Pedra, pedra, pedra.

No meio do caminho,
ladrilhando com brilhantes,
essa rua que é minha.

Ah, se a poesia fosse minha!
Seria pedreira, não seria abismo.

Rolo, me enrolo.
Todo tipo de pedra.
Que forma, que funda, que funde.
Que vence, que vende, que vicia.
Polidez.

Pedra, pedra, pedra.

E eu no meio do caminho