Deixei a flor em cima da mesa mesmo. Sei que é arriscado, mas crianças de nove anos não têm consciência de como uma flor, por pequena que ela seja, pode ter sua importância.
Agora sei como estava enganada.
Quando após o toque de recolher me escondo atrás da cortina, o homem já tão conhecido entra em meu quintal e atravessa procurando o jardim, agora entendo o erro que cometi pela manhã.
Soldados estatais invadem meu quintal, minha casa e meu precioso jardim.
Enquanto me levam em suas viaturas, queimam meu jardim e o regam com sangue de um homem por seus atos inocente. E a vizinhança, espreitando atrás de suas próprias cortinas, assiste em degradante e impotente silêncio.
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