Páginas

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Íris Branco - Partes I e II

    Ele entrou de repente no quintal, cruzando a entrada e atravessando o pequeno jardim chegou aos Íris Brancos. Olhou para um lado e para o outro, nem percebendo que eu espreitava por trás da cortina.
    Culpa? Não, eu provoquei isso.
    Sorrateiramente, ele tira um Íris Branco e vai embora.
    E eu fico ali, um sorriso crescendo em meus lábios. O plano está dando certo.

Parte II

     De manhã, os jornais mostram a mesma coisa de sempre. Dessa vez, o Estado exagerou na repressão. Muitos jardins foram confiscados e queimados. O que posso fazer se não abaixar a cabeça e continuar de boca fechada, arquitetando planos impossíveis.
     Deixo o jornal para trás e saio para o mundo cinza em que vivo. No caminho para o trabalho, ando passando por câmeras, dedos apontando em grandes cartazes e entre fumaça de carros, que são tantos que mesmo de manhã já dificultam o trânsito.
    Ao chegar na escola, o sinal bate e corro para a sala. Cumprimento os alunos e abro a bolsa para pegar meu livros e o próximo passo do plano : um solitário Íris Branco no fundo da bolsa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário