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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Magos e feitiços

Eu começo a escrever e depois de uma linha apago tudo. Não que eu tenha uma ideia clara na cabeça, a minha vontade é de apenas escrever. Faria mais sentido desistir e voltar quando eu soubesse sobre o que escreverei, mas tenho a impressão de estar cheia, transbordando, de ideias e sensações, e preciso colocar isso para fora, nem que seja de modo irregular e confuso.
A verdade é que eu ando entre outros mundos, onde a carne é de papel e o sangue é de tinta, onde posso conversar com fadas e elfos e viver aventuras medievais. Onde posso derrotar príncipes cruéis e dançar com saltimbancos; e isso me desvia da realidade de carne e osso, que eu sei que no fundo, pode ser tão emocionante como a dos livros.
Mesmo que os ame de todo o coração, sei bem o mal que eles podem fazer, como um remédio mal manipulado. Por um lado, pode te trazer conforto, mas em excesso tem um efeito contrário.
Eles têm o poder de intoxicar a mente, nos manipular de uma tal forma que às vezes nos pegamos vivendo como aquele personagem que tanto gostamos. E talvez seja por isso, por essa mágica envolvente absorvida por cada palavra é que eles sejam tão atraentes, envolventes, acolhedores. E mesmo que me causem danos, mesmo que depois de ler um ou outro me perca na realidade por alguns dias, me arrisco e me jogo de cabeça, pois sei que nada me distrai e me completa e me acolhe mais do que um bom livro. 

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