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terça-feira, 10 de abril de 2012

Lavosier

Se a vida fosse eterna, teríamos tempo para temer e crescer?
Se a vida fosse eterna, o Tempo seria somente Acaso?
Se a vida fosse eterna, teríamos pressa para fazer as pazes? Para consertar os erros, para melhorar?
Se a vida fosse eterna, seria comemorado o nascimento? Seria comemorado o passar dos anos?
Se a vida fosse eterna, teria graça a primeira vez? 
Se a vida fosse eterna, que graça teria viver? Que graça teria tentar até alcançar o impecável, se tivéssemos todo o tempo do mundo? Que força teria um herói? Se o tempo passasse sem se aproximar do fim, como poderíamos dançar a vida sob o tic-tac do relógio? Como poderíamos cantar músicas eternas, se nem a morte elas sobreviveram? Que graça teria, se nada se renovasse?
Não é a vida que enfeita a morte. Não, é a morte que enfeita a vida. Não é pra ser temida, porém tão pouco apreciada, mas para ser encarada como natural, como vida, e não como fim.
Nada se perde, tudo se transforma.

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