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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Coleções

Há quem colecione selos. Outros, botões coloridos, clipes de papel ou retalhos.
De uns tempos para cá, tenho colecionado olhares; das mais diversas matizes, e dos mais diversos significados.
Um olhar, profundo como o oceano, inexplorável como o universo; depreende todos os segredos da existência.
Um olhar sorri, um olhar chora, um olhar é tudo aquilo que possuímos quando palavras e gestos são inexpressíveis.
Um olhar é tudo o que basta quando não há mais confiança em atos falhos ou em palavras vazias. Um olhar é o que sobra da mentira, é o reflexo que não se apaga da alma. É o que resta do transbordar de qualquer sentimento, é o princípio- e o nosso fim.

Nos olhares me perco, enxergando as almas.
E nas almas me afogo, em sua complexidade.
Na complexidade o acho, o vazio.
Do vazio o que sobra é um olhar- mais que vago.

Como é que pode. Tanta coleção, todas tão vagas.

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