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domingo, 3 de abril de 2011

O quadro do Infinito

     Na casa da minha avó tem um quadro que me fascina desde que eu era menor. É de um homem sentado em um lugar no céu, muito bonito. Tem umas árvores e uma cachoeira, onde as águas caem do céu.
     Só que esse homem está sentado de costas para toda essa beleza. Ele está olhando para uma rampa. Tão grande, que some dentro do infinito. Nós não sabemos para onde ela vai.
     E é aí que está o meu negócio com o quadro. Claro que eu não esperava que o homem levantasse e procurasse o final da rampa, mas eu ficava pensando no que tinha no final. E como a curiosidade é, no mínimo, curiosa.
     Ele, por causa da rampa, não se importava mais com o paraíso que estava a mercê dele. Por causa da rampa, ou da curiosidade que a rampa o despertava, ele não vivia mais em harmonia com aquele lugar.
     E é isso que me intriga. Porque de um lado, ele perdia toda aquela beleza e coisa e tal. Mas por outro lado, eu imagino que se ele tivesse levantado e procurado o final da rampa ia valer a pena. E é isso o que mais me intriga.
     Nós só descobrimos coisas novas e especiais depois que a gente tenta, depois que a gente arrisca. E é disso que nós precisamos. De arriscar, de tentar. Não de esperar que a vida nos traga tudo em uma bandeja enfeitada. Porque na maioria das vezes, aquilo que é mais especial, que vale mais a pena, nós conquistamos lutando. 
     E é por isso que eu gosto tanto desse quadro. Porque ele me faz pensar das tantas vezes que eu desisti de lutar e das tantas e tantas vezes que eu não desisti, e no quanto de coisas boas que essa decisão me trouxe.
     Então se você quer um conselho, arrisque, tente, viva. Você nunca vai ter certeza se não tentar.

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