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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Cosmopolita

Tenho saudades de São Paulo.
Saudades de sonhos que não sei sonhar aqui. Saudades de um futuro que eu não sei enxergar aqui. Saudades de saber enxergar o belo, conhecendo o feio; saudade da grandeza de sonhos, futuros, espaços, sentimentos e gostos que eu não sinto aqui.
Eu gosto da cidade grande: daquilo que é amplo, dos arranha-céus infinitos, dos constantes conflitos entre velho e novo: madeira e aço, telha e antena.
Gosto do zum zum dos carros durante a madrugada embalando meu sono, numa cidade que entorpecida não dorme. Gosto dos barzinhos, dos dos teatros, dos cinemas, das noites quentes andando nas calçadas vazias. Gosto dos parques, das bibliotecas, dos cafés e mercados de cheiros exóticos, das lojas e tardes coloridas, do metrô e plataformas apinhadas de gente, daquele ir e vir de vidas e histórias que embarcam em diferentes trens.
Gosto de ver a grandeza da cidade se abrindo diante dos olhos quando saímos de um ou outro túnel, de vê-la multiplicando-se em milhares e milhares de rostos, de pessoas que correm de um lado para o outro em uma explosão caótica de vida.

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