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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Educação Moral e Cívica

Patriotismo. Eu nunca parei para pensar em como uma palavrinha poderia nutrir uma gama tão grande de pensamentos e confusões. Nunca parei para pensar, e admitir, que sinto falta disso.
Talvez eu esteja para repetir um discurso clichê, de reprodução de ditadura, de totalitarismo ou seja o que for, e talvez seja mesmo, mas é o que eu sinto, e o que eu pretendo explicar.
O que as aulas de Educação Moral e Cívica e O.S.P.B (Organização Social e Política Brasileira) pretendiam, quando obrigatórias no currículo escolar, até o fim do Período Militar? Engessar as crianças ao fazê-las decorar os hinos da pátria, seus símbolos, bandeiras e história?! Nunca fui à favor da "decoreba", mas eu consigo imaginar o quanto esse tipo de estudo faz falta dentro de uma sala de aula. O quanto esse conhecimento faz falta para aqueles que estão sendo formados lá dentro, os cidadãos! E a falta dessas aulas, talvez, seja uma parte do motivo para que não tenhamos mais aquela ideia de "Nação" e "Pátria". De "União" e de "Luta".
Não estou dizendo que devemos adotar os lugares comuns e reunir a família para comer feijoada aos domingos, para assistir ao final do campeonato de futebol ou curtir a apuração do carnaval no final da tarde, mas que aprendamos e ensinemos às crianças sobre aquilo de mais precioso que um ser humano pode carregar consigo: a nossa história!
Que aprendamos, de novo os que esqueceram e os que nem conhecem; e que ensinemos às nossas crianças o porquê dos símbolos, dos hinos. Que apresentemos à elas os nossos heróis, os nossos poetas e escritores grandiosos, nossos musicistas geniais. Que elas passem a entender que não nasceram e foram criadas sem uma nacionalidade. Somos uma nação não porque estamos dentro de um mesmo território, mas porque nossa história é a mesma e nossas raízes as mesmas. Somos todos fruto dessa terra e dessa história, somos todos frutos desse tempo e do que já foi, somos todos cidadãos e encarregados de lutar pela nossa pátria!
Se nós, que somos filhos dela, não lutarmos por ela, quem o fará por nós?
Se nós desprezarmos toda a nossa história e todos os nossos símbolos, não estaremos sozinhos, sem a quem nos assemelhar? Não estaremos sozinhos, lutando por ideais individuais enquanto muitos dos nossos no passado lutaram em nome da nossa liberdade? Da nossa cultura? Teria sido aquela uma luta em vão, para que nós, hoje, esqueçamos de tudo?
São tantas perguntas e tantas informações para assimilar, tanto para entender, para conhecer, para apreciar nesse nosso Brasil. E se não pudermos aprender a contemplar primeiro nossos campos e nossos bosques, cheios de flores e vida, se não pudermos contemplar nosso céu, tão bonito e estrelado, o que teremos? Se esquecermos dos nossos versos e das nossas melodias, quem lembrará por nós?
E não é isso que tem levado a humanidade à ruína? O eu individualista? A falta de uma nação unida? A falta de uma força de braços e cabeças que lutem juntas, pensem juntas, que sintam juntas e que amem juntas? 
E o quanto poderemos fazer sem conhecer nossa história? O quanto poderemos fazer sozinhos?
Há muito o que pensar, muito pelo que lutar, e para tanto um eu único com conhecimento ou uma legião de ignorantes terá a mesma força.
Aprender e unir. Talvez seja a hora de conjugar estes dois verbos em harmonia.

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