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domingo, 4 de setembro de 2011

Conselho

   Eu levantei para olhar o céu nublado, que escondia minha grande amiga. E quando as nuvens se dissiparam, eu a vi. E não pude deixar de sussurrar “Boa noite, Lua.
    Eu comecei a tagarelar, sobre todas as coisas que me afligiam. No meio do desabafo, um novo pensamento trouxe à tona uma nova onda de lágrimas. Que tipo de pessoa era eu que chorava apenas por chorar, para tirar da alma um peso que eu nem sei por que pesava. Sentia-me culpada, há nesse mundo tantas lágrimas mais dolorosas do que as minhas. Fiquei pensando nas pessoas que choram por falta de comida, de abrigo, de amor, de atenção. Que choram por seus filhos, por seus pais, que choram clamando por ajuda. E nós não podemos ver suas lágrimas. Não podemos abraça-las e prometer que tudo ficará bem. Naquele momento, me senti uma inútil, sentada encarando o céu. Encarando já sem ver, pensando em como impedir que não houvesse mais lágrimas de tristeza, de raiva, de ódio. Desejando poder plantar no céu um arco-íris eterno, pintando nossas vidas nas mais diversas cores, nas mais quentes esperanças. Gostaria que um dia minhas palavras chegassem a quem precisa ouvir. Gostaria que me ajudassem a solta-las ao vento, para que chegasse aos ouvidos de quem precisa ouvir, de quem precisa de uma palavra de carinho, de atenção, de acalanto.
   A tristeza é passageira. Pode não parecer assim, pode ser que pareça algo eterno, que vai consumindo cada outro sentimento e plantando agonia em seu lugar. Mas acredite em mim, ela irá passar. Haverá um dia em que o sol brilhará mais forte, e em seu coração morará um sorriso eterno. Um riso de fada, uma canção inesquecível. Haverá um dia que você verá como as lágrimas secaram e em como todo o mundo parece mais vivo. Porque não há tristeza que não sucumba à frente de um sorriso. Então não esquente, levante e sacuda a poeira. Sorria, o mundo te espera de braços abertos para ver o seu sorriso incandescente.

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